quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Pela primeira vez a VEJA publica algo interessante:

 Pela primeira vez algo interessante na Revista VEJA:

Homens das cavernas eram melhores pais

Para psicóloga, técnicas modernas prejudicam bebês e crianças

Crianças brincam ao ar livre: cena cada vez mais rara Crianças brincam ao ar livre: cena cada vez mais rara

Pouco calor humano, quase nenhuma exploração do meio ambiente e cada vez menos interação social. Estes são três pecados que  pais modernos estão cometendo ao educar as crianças do século 21, de acordo com a psicóloga Darcia Narvaez. A professora da Universidade de Notre Dame (em Indiana, EUA) liderou três estudos que chegaram à conclusão de que os pais de hoje estão criando uma geração inteira de pessoas disfuncionais por adotarem técnicas "modernas", como deixar bebês chorando até eles se acalmarem ou obrigar as crianças a ficarem sentadas e quietas por longos períodos.
Em entrevista ao jornal britânico Daily Mail, Narvaez afirma que membros de tribos antigas eram muito melhores pais e mães. No passado, por exemplo, uma criança era criada por toda a comunidade e não apenas por seus progenitores. Além de maior interação social com os outros membros da tribo e familiares, os bebês mantinham contato físico com pessoas o tempo todo. Havia sempre alguém para carregá-los, fazer carinho e confortá-los quando choravam. Hoje, é comum os pais as deixarem sentadas e sozinhas por longos períodos em cadeirinhas e carrinhos de bebê ou ao cuidado de babás e professores.
A técnica do "choro controlado", em que as crianças são deixadas derramando lágrimas por um certo período de tempo também é condenada por Narvaez: "Cuidar das crianças de forma acalentadora, deixa o cérebro infantil tranquilo durante o tempo em que elas estão formando sua personalidade e o tipo de respostas que darão ao mundo", afirma a pesquisadora.
Para ela, outra coisa que mudou foram os tipos de brincadeiras. Jogos e atividades em grupo, em que nossos ancestrais exploravam os arredores e o meio ambiente, são cada vez mais incomuns. Brincar ao ar livre deu espaço a videogames, computadores e atividades solitárias. Estudos mostram que crianças que não passam tempo o suficiente brincando são mais propensas a desenvolver hiperatividade e problemas mentais, aponta a pesquisadora.
Tudo isso está levando a humanidade a uma verdadeira epidemia, de acordo com a psicóloga. "Há uma epidemia de ansiedade entre os jovens", diz. "Crianças que não são nutridas emocionalmente por seus pais no começo de suas vidas tendem a ser mais egocêntricas. Elas não possuem os mesmos sentimentos de compaixão que aquelas educadas por famílias carinhosas e que interagem com os pequenos".

fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/homens-das-cavernas-eram-melhores-pais

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O primeiro cocô a gente nunca esquece - ELIMINATION COMMUNICATION




"Alguma vez pensou como é que os bebés aprendiam a controlar as necessidades fisiológicas antes de haver fraldas? Ou como é que aprendem hoje em dia nas regiões onde não há fraldas? Existe um método adoptado por um número crescente de mães, que é semelhante ao usado desde há séculos pelas mães de todo o mundo, o Elimination Communication, em inglês, ou Higiene Natural do Bebê sem (ou com) fraldas."(...)
Quer saber mais???? Clique aqui ---> ELIMINATION COMMUNICATION



Fiquei tão feliz que até minha preguiça de escrever no blog se foi...
Durante a gravidez li algumas coisas a respeito da EC.Falei com toda certeza que ia aplicar este método com a Janaína e blá blá blá...Pra variar, quando ela nasceu trazendo todo o cansaço do mundo pra mamãezinha aqui , este método foi colocado pra escanteio juntamente com as fraldas de pano.Fiquei um ou dois dias com ela sem fralda pra ver se eu conseguia observar as "dicas " que ela poderia dar quando quisesse fazer o #1 ou #2.Levei vááários banhos de xixi e cocô! E nada de perceber sinais mais visiveis.
Hoje, depois de dois meses usando fraldas de pano e observando mais conseguimos nosso primeiro sucesso.
Eu já tinha desistido deste método, mas tenho observado que a Janaína está com um horário mais ou menos regulado pra fazer cocô.Acorda de manhã -banho de sol- shantala- banho- mama e...cocô!!!..depois dorme.
Hoje tive a brilhante idéia de esperar ela ficar agoniadinha (é um sinal de que quer fazer cocô)...tirei a fralda e a sentei em cima do balde.Nada.Reclamou, reclamou....voltamos pra fralda, e mamou mais um pouco.Depois ficou agoniada novamente...tirei a fralda e a sentei no balde de novo.Fiquei falando: cocô, cocô....bruuuu (som que eu faço qdo vejo que ela está fazendo cocô na fralda).E ela fez!!!!!! e ainda ganhei um xixi de brinde!!!!
Estou muito feliz!!!

sábado, 24 de julho de 2010

RELATO DE PARTO DA AMIGA TYHENNA COOK



Pensei em escrever esse relato inspirada no relato da UYARA, pois ele e ela me ajudaram muito no finzinho da gravidez.

Gravidez super normal, sem conturbações e atropelos..saudável, muita saúde, porem, muitas mudanças.... Mudanças de médico... parteiras...cidade....pais...mas nada abalou minha saúde, nunca fui tão saudável em toda minha vida...só sentia a barriga crescer e varias sensações novas, mas tudo normal de uma gravidez.

Enfim, com 35 semanas de gestação fui para a parteira definitiva, Debbie, de cara adorei e senti muita afinidade, mas ela é líder de um grupo de outras parteiras e eu corria o risco de no dia do parto vir outra e não ela, porém um dia me disseram que a gente tem o que deseja, então desejei ela o tempo todo....dai para frente fiquei esperando a Gabriela me dar sinais que estava chegando....
Completei 40 semanas e fui na consulta de rotina, a Debbie deu uma olhada no meu cervix, estava pronto para nascer e com 1 cm de dilatação, então ficamos de antenas ligada a semana inteira e nada, fiquei um pouco frustrada e com medo de ter que fazer uma cesariana, li um pouco sobre o assunto e chorei muito ao tentar mentalizar um parto natural, resolvi, não ler mais nem pensar no assunto, só relaxar. Tive a sorte de ter comigo uma amiga brasileira, Claire( na verdade francesa, mas mora no Brasil a mais de 20 anos e é mãe da minha melhor amiga,ela foi fantástica comigo, pois me ensinou algumas leis de sobrevivência no primeiro mundo e sobre a sua experiência como mãe, me deu muito amor, carinho e atenção), então resolvemos sair e nos divertir em passeios para turistas....
Com 41 semanas e Gabriela nada de chegar,  tive que fazer uns exames para ver se estava tudo bem com ela. Acreditem, encontrei aqui um médico que tem paciência e trabalha dentro da ética com as parteiras, incrível. Ele foi fantástico, pois na ultra som mostrou o nível abaixo do normal do liquido amniótico e o que teria que ser feito? Induzir o parto. O medico me liberou do hospital, depois de ligar para minha parteira, teríamos então a oportunidade de tentar em casa com métodos naturais, caso desse algo errado ou não evoluísse até o nascimento ele entraria em ação. Nem acreditei quando ele falou comigo, porque eu já estava no hospital era só ele me internar e fazer ali mesmo o trabalho. Enfim, fui para casa me preparar para a chegada da parteira, ela chegou às 5 da tarde e me deu logo de entrada um copo de óleo de Rícino para tentar induzir o parto, eu já tinha lido sobre isso e dizem que não é provado que ajuda, ele apenas causa uma super irritação nas paredes do intestino fazendo a grávida se sentir muito mal. Realmente me deu super irritação e muitas cólicas após duas horas da ingestão e depois de mais 2 horas, ou seja 4 horas após ingerir o óleo, o remédio homeopático, receber estímulos no cervix(a parteira faz isso manualmente) as cólicas que eram intestinais passaram a ser geral e começou o real caminho para o nascimento, ou seja , no meu corpo senti que o óleo ajudou, apesar de ter usado também homeopatia e é claro as belas e eficientes mãos da parteira. Eficientes, porque os movimentos e toques que ela fazia eram para doer muito, mas não doía muito e me dava uma forca fora do meu normal, como se ela estivesse me abastecendo de energia e coragem.
A partir das primeiras reais contrações parei de olhar o relógio e marcar tempo e me entreguei ao que sentia a cada segundo...Era um misto de dor e alegria...medo e satisfação...enfim, chamei o marido na primeira contração mais forte, ele montou e encheu a banheira , enquanto isso fiquei deitada na minha cama e sentia o movimento da Debbie e das assistentes pela casa. Quando ela me ofereceu para entrar na água....ai ai ai...delicia total, parecia uma anestesia, alivio geral no corpo, relax total, teve horas entre as contrações que dormi na água.
E enfim chegou a minha hora da dor do parto( me refiro a "minha", porque cada mulher é diferente), entre 8 cm e 10 cm de dilatação, fiquei por algumas horas( nem quis saber quantas, mas  em um momento ouvi a Debbie dizendo ao meu marido que já fazia mais de 2 horas) a sentir as maiores dores da minha vida, durante estas contrações eu não conseguia fazer nenhum exercício de respiração correto, só contraia o corpo inteiro e é claro...GRITOS, GEMIDOS...de acordar todo o prédio, a Debbie foi paciente, esperou ate o meu limite para me oferecer mais uma intervenção na intenção de acelerar e ajudar o processo, romper a bolsa, a essa altura eu nem lembrava que tinha essa parte, aceitei na hora, ela foi maravilhosa mais uma vez, fez numa delicadeza e me acompanhou ate chegar aos 10, mas eu nem percebi e nem sabia, acho que agente perde um pouco a consciência nessas horas, depois ela me colocou de volta na banheira. A Debbie tinha 2 assistentes, um nova que foi o meu anjo, pois fez comigo todas a respirações e aguentou as espremidas de mãos que dei nela sem me largar um minuto...tadinha quando tentava descansar um pouco eu chamava ela de volta. A outra que ficou um tempo substituindo a Debbie , que deveria estar descansando e confesso que não gostei muito dela na hora, ela só repetia que eu estava muito cansada o tempo todo, e eu pensava que isso não me ajudava muito.
Não tenho ideia da hora, mas acho que era tarde, um momento vi as 3 parteiras com caras tristes e a Debbie quase a cochilar, isso foi me dando mais moleza e uma vontade de chorar, mas eu não tinha força nem pra chorar, eu pensava que não iria conseguir, que ali ficaria, não evoluiria mais....enfim a terceira assistente, Vanessa, que estava me irritando ao repetir sem parar que eu estava muito cansada, me tira da água e me avisa que eu estava dormindo e que as contrações estavam muito longes uma da outra...ela queria me tocar , eu não deixei e chamei a Debbie que me disse que eu já tinha os 10 cm de  dilatação e que eu precisava empurrar para o bebe sair( mas eu tinha lido sobre isso e ate perguntei a algumas pessoas que o bebe vem sozinho e que o corpo ajuda empurrando, mas eu não sentia nada disso) ela fez um gesto com a mãos do espaço entre a cabeça de Gabriela e a mão dela que dava mais ou menos uns 3 cm e que só dependia de mim, mas ela tinha um prazo para isso, se eu não o fizesse naquele momento ela iria me levar para o hospital......tudo menos hospital...
Naquela hora, a  Vanessa chata foi mais chata, repetindo que eu tava mais cansada e me obrigando a comer...acho que ficar irritada com ela foi fundamental, porque me senti desafiada e ela me manteve acordada, pedi para ela não repetir mais que eu estava cansada,e ela como não poderia ficar quieta ainda me fez comer de novo... e dai, fui tentar fazer o serviço...
Na real, eu estava com medo e esperando a dor do parto, mas não tinha dor nenhuma, só uma contraçãozinha de nada se comparada com a anterior. Primeiro Debbie me pediu para agachar segurando na cama( uma coluna de madeira que tem na minha cama) quando viessem as contrações e é claro que empurrar para o bebe sair, nada aconteceu. Depois Debbie me pediu para ficar numa posição que quase não usam mais, porem às vezes funciona com algumas mulheres, ficar deitada na cama, segurando as pernas ( parecido com exame ginecológico) deitada na minha cama e ensinou como eu teria que respirar e empurrar, quando eu fiz vi o sorriso dela e todos dizendo que ela estava chegando( e a dor nada de chegar). 
Mas ela voltava a medida que eu perdia o fôlego, então ela disse que eu teria que empurrar alem do que eu estava fazendo, mas eu não tinha mais fôlego para isso, entra a santa chata Vanessa em ação de novo, com o oxigênio para me ajudar e daí consegui, apontou a cabecinha, segundo meu marido e Claire, a Debbie ficou massageando a Gabriela e   me ofereceu para voltar para água, eu não aceitei, porque estava me sentindo muito bem e confiante com ela me ajudando, a água foi maravilhosa na hora da grande dor, mas depois me relaxou demais fiquei com medo de regredir de novo e quando eu ouvi ela dizer a Victor que da próxima contração ela iria nascer, respirei fundo  e empurrei com toda força, nem precisava mais, ela veio fácil. Debbie pediu para eu relaxar um pouco precisava tirar o cordão que estava nos ombros da Gabriela eu levantei a cabeça e pude ver ela tirando o cordão dos ombros da pequena e depois disso: pluft ,ela nasceu, escorregando igual  a quiabo, eu senti cada centímetro que ela avançava sem dor, só o êxtase da chegada e quando ela saiu eu já estava de cabeça levantada, vi ela chegando nos braços do meu marido, ele trouxe ela para mim escorregando encima da minha barriga, bem quentinha, uma delicia, acho que nunca vou esquecer a sensação do peso e calor dela no meu peito, meu marido veio nos beijar, ele estava muito emocionado, com lágrimas nos olhos, eu senti uma enorme felicidade, prazer...sei lá explicar... Passei as mãos pelo corpo dela todo, amassei a bundinha, linda...de olhos abertos.... 

Enfim, ela nasceu as 6:45 da manha no dia 18 de junho de 2010, com 3,8kg e 53cm...linda e loira...como falou o meu irmão.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Fraldas de pano




Desde bem antes da Janaína nascer eu dizia que usaria somente fraldas de pano.
Ela nasceu e eu sucumbi as fraldas descartáveis.Ganhei algumas e fui usando.Fui usando....e nada de começar a usar as de pano.
Na verdade eu havia comprado umas 50 fraldas daquelas tradicionais Cremer, quadradas e brancas.Tinha muita vontade de comprar as mais modernas ( aqui no Brasil as mais conhecidas são da  Fralda bonita), mas estava sem verba para tal, pois o investimento a curto prazo é bem maior que no caso das descartáveis.
Mas a minha consciência pesava a cada fralda descartável que eu jogava no lixo, e o pior era ver o bumbum da Janaína ressecado, pois as substâncias usadas nas descartáveis são bem fortes para a pele delicada do bebê.
Fui tomando coragem e no quarto mês decidi enfrentar as dificuldades e começar com o que eu já tinha em casa ....só comprei umas calças plásticas e comecei a usar as fraldas de pano.Logo depois comprei umas 5 fraldas da Barriga de pano   .  
Eu pensava que o trabalho seria maior, mas não foi.Ainda uso as descartáveis em passeio mais longos e pra dormir ....E tb quando tô com muita preguiça - cansada...
Há dois dias chegaram umas fraldas importadas que  minha tia Beth, que mora na Holanda , mandou pra mim.São tudo de bom....ainda estou nos testes iniciais , mas elas são lindas e super fofas...Estou torcendo para que sejam boas o suficiente para usar tb à noite.
Não vou falar sobre a importância das fraldas de pano, pois nesses links colocados aí em cima falam bastante sobre isso...Mas já me dá um alívio muito grande saber que estou colaborando , um pouquinho que seja, com o meio ambiente e tb com a saúde da filhota.
Além do mais  ela fica linda de fralda de pano....com um bumbumzão fofo de pano!!!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Desconexão

Tenho pensado muito sobre as várias questões que envolvem o 'ser mulher' e uma tem me martelado muito por esses dias, principalmente pq agora estou mergulhada nesse universo da maternidade.
Vivemos num tempo de muito acesso a informações.Hoje, só se permanece ignorante quem quiser, é fato.E a internet contribui enormemente para a difusão do conhecimento.
Tenho participado de listas de discussão, blogs e comunidades do Orkut relacionadas a maternidade.Na verdade participar não seria bem a palavra, eu só leio, não tenho entrado muito em discussões, mas gosto de ler o que as outras pessoas dizem,tenho aprendido muito assim...E por isso mesmo comecei alguns questionamentos.
A princípio fiquei maravilhada com a quantidade de informações e tb de mulheres dispostas a ajudarem outras mulheres em vários aspectos: amamentação, parto, educação de filhos, saúde dos filhos,enfim,  coisas do cotidiano de mãe.São tópicos e mais tópicos de ajuda,uma coisa muito bonita de se ver.Mas é aí que começou a suargir uma pulguinha atrás da minha orelha.Ás vezes eu estava com alguma dúvida aqui com minha filha e já me imaginava escrevendo em alguma comunidade do orkut algum tópico do tipo: Socorro, ajuda com...blá blá blá...e depois várias mães dando seus pitacos, opiniões, relatando suas próprias experiências. As grandes comunidades e listas sempre tem pessoas já bem especialistas no que aconselham, e elas tem um mérito enorme por esse trabalho realizado.Mas onde entra a capacidade pessoal de cada mulher em gerar, parir, amamentar e crias os filhos???
Eu acho que aí está minha preocupação comigo mesma.O deslumbramento com essa facilidade de conectar-me com tantas outras mães pode me impedir , muitas vezes, de me encontrar com a MÃE que mora dentro de mim.E isso pode me trazer insegurança nesta jornada enquanto mãe.Essa jornada deveria ser trilhada pela sabedoria interior, intuição, instinto, mas não é isso que acontece hoje em dia.
Nos últimos dias tenho me policiado para escutar mais minha intuição antes de sair por aí perguntando aos outros o que fazer.
Por váaaarios aspectos sóciais, econômicos, culturais,ideológicos e o escambau a quatro as mulheres vem perdendo o contato com sua essência.Meio óbvio, né?
Só sinto que o caminho de me reconectar a mim mesma está sendo um presente que recebi junto com o nascimento de minha filha.Resta a mim saber trilhar...

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Shantala

Tay,
Fiz o curso de shantala, e me dediquei diariamente por quase um mês.Depois de uns dias de frio eu deixei de fazer todos os dias, mas fazia, depois fui espassando....sempre tinha uma desculpa pra deixar pro próximo dia.
Resultado...tem umas duas semanas que não faço.
O negócio é ter disciplina e não deixar de lado, mesmo que dê preguiça...
Vou me dar uns puxões de orelha pra recomeçar...e o pior é que o frio voltou....kkkkkk

Sobre o livro: tocar, signficado humano da pele...eu li até metade, muito bom, bem científico (como todo biólogo gosta),mas não tive muita paciência de terminar, pois eu comecei a ler numa fase da gravidez que eu tava sem paciência pra nada....kkkkk

Acho que é só...e por favor , não deixe de mandar suas dúvidas que tenho grande prazer em responder...
Bjoss

sábado, 1 de maio de 2010

Eu e você, você e eu...nós duas..

"Por hoje gostaria de saber mais detalhes desta construção de amor e vivencia com a Janaina, dificil? Da medo de machucar? Fala mais sobre voces duas...."

Bem....acho que vou começar do começo - a gravidez...rsrsr

Desde que descobri que estava grávida foi uma coisa muito louca.Eu vinha desejando um filho há muito tempo, acho que desde antes o curso de doula.Mas eu planejava engravidar no início de 2010, quando tivesse terminado a faculdade.Mas o destino se apressou e passou na minha frente e nos meus planos.A Janaína foi concebida uma semana antes de meu marido se mudar para SP.Nem imaginávamos que ela já estava com a gente, porque meu médico havia dito que eu estava com cistos no ovário e outros problemas.Seria até difícil engravidar.Difícil?!?!? Não pra Janaína.rsrsrsr
Então estávamos passando por dificuldades com essa mudança, tanto emocionais quanto finaceiras, eu tb estava em uma super crise na faculdade, quase formando e sem saber o que fazer...
Foi uma gravidez super tranquila porque eu me dispus a isso.PAREI com tudo.Tranquei faculdade, fui pro grupo de gestante, yoga, curso de chacraterapia,terapia , hidroginástica, enfim esse foi o início da NOSSA RELAÇÃO. Eu sabia que o momento não era o melhor para uma gravidez , mas ela merecia o melhor de mim sempre.

Eu não fui de conversar muito com ela na barriga, nem passar um creme/óleo na barriga eu conseguia (ainda bem que não apareceu nenhuma estria)...E eu me sentia mal com isso.Parecia que eu não conseguia me conectar com ela.Mas parece que assim que uma mulher fica grávida vem junto com o bebê um monstrinho chamado "culpa".Me sentia culpada por não conversar, por não colocar músicas para ela ouvir (não tinha paciência), por não fazer visualizações e massagens na barriga - Todas essas coisas que a gente sempre planeja antes de engravidar...rsrsr.
Mas hoje eu percebo uma coisa: fiz o melhor de mim no que eu podia fazer e isso foi de grande diferença pra vida dela. É impossível fazer e ser SEMPRE perfeita. E a vida é boa por causa disso, a gente traça uma linha reta e ela nos desvia mostrando outras paisagens, outros aromas, outras experiências que vão nos enriquecendo.
Depois que ela nasceu também foi assim.Tudo que eu imaginava, todas teorias desaparecem para dar lugar a uma mãe e uma filha únicas no universo.Não vai existir em nenhum lugar nehuma relação igual à nossa, pq somos únicas - somos dois universos distintos se encontrando e formando algo muito belo : o amor de mãe e filha.
Só que essa relação se constrói beeeem devagarzinho.Ela vai sendo mesclada pelo medo de errar, vai sendo impulsionada pela vontade de acertar .Os primeiros dias são difíceis: existe um super cansaço e muita novidade.Eu sei que quase tudo que li eu esqueci no momento que eu peguei ela nos braços.
Esse medo que vc fala de machucar eu não tive não...mas eu acho que isso em mim é um pouco forte, instintivo.Desde pequena sempre fui de pegar bichos na mão , sejam eles de qqr tamanho, ou espécie (coisas de bióloga...rsrrssr), nunca tive muito medo com isso.E quando ela nasceu foi assim também, natural....ela é minha bichinha, minha filhotinha....rsrsr.Eu só não sou muito delicada, acho até que tenho uma mão bem pesada rsrsrs.
Com a amamentação meio difícil nos primeiros dias a relação também se dificulta, porque querendo ou não eu assossiava ela com a dor na hora de mamar. E era muita dor.Por isso eu digo pra observar e cuidar da pega logo na primeira mamada.Porque depois que fica tudo bem é uma delícia , maravilha amamentar. É muita doação e amor...
E tem o sono perdido que faz tudo ficar um pouco mais difícil.O melhor é tentar dormir nas horas em que o bebê dorme.Eu não conseguia fazer isso pq o meu quarto é muito quente durante o dia e eu me lascava, pq não dormia nem de dia, nem de noite.Mas o sono da Janaína foi ficando uma maravilha, com uns dois meses...sem forçar nada ela passou a dormir a noite toda .Hoje ela dorme das 23h/23:30h ás 06:00h- quase sempre diretão.Raras são as noites em que ela acorda de madrugada.
Sempre dormimos juntas.Quando meu marido está ela dorme no berço do meu ladinho.Quando ele não está dorme na minha cama, no meu lado. Isso também nos une até na respiração.
Em relação a lidar com as coisas práticas do dia a dia é fácil, a gente vai se habituando com o tempo.Banho, limpeza, trocas de fraldas, roupas....tudo isso a gente pega o jeito.

Tay, não sei se respondi a sua pergunta...mas qualquer coisa pode perguntar mais...estou adorando te responder.Pra mim tá sendo um grande prazer!
Bjoss

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Relato - Resposta à Tay- Parte II




Tay, aqui vão mais algumas questões que vivenciei no meu parto e não coloquei mais detalhadamente no primeiro relato:


* Sobre a leitura de relatos de parto antes e durante minha gravidez:

Desde antes de fazer o curso de doula li vááááários relatos de parto, livros sobre parto etc etc...Fazia planos de como seria meu parto, visualizava como se fosse um daqueles relatos que eu lia tanto. Durante minha gravidez, no grupo d gestantes que eu participava a minha doula - Alessandra- sempre trabalhou muito a questão de que o parto é único, individual e que cada mulher tem o parto que precisa.Isso me ajudou, mas mesmo assim a gente fica idealizando coisas que aconteceram nos partos de outras mulheres.Eu sei que tive que acolher e agradecer tudo que aconteceu no meu parto...e isso a gente só entende depois que passa.Mas o legal é não idealizar muito pq TUDO pode acontecer, e até uma cesárea, se for preciso.Isso eu tb trabalhei muito no grupo, pq sempre fui muito radical em relação à cesárea,e eu sei que sofreria muito se tivesse que passar por uma sem ter a mentalidade que fui adquirindo ao longo da gravidez.Tive que ir aprendendo a aceitar até uma possível cesariana- pois ela tem 15% de chance de ser necessária e nesse caso benéfica.
Mas graças a Deus deu tudo certo!!!

* As lacerações :
No MEU caso aconteceu o seguinte: durante o expulsivo o dr. Luiz mandou que eu fizesse força depois que ele fez um toque e viu que a minha musculatura estava bem rígida para a passagem da minha filha.E eu sentia isso nitidamente dentro de mim.Parecia que eu não estava me abrindo para a passagem dela....era uma coisa meio intuitiva.E tb não sentia vontade de fazer força.O útero realmente empurra o bebê para baixo, mas no meu caso acho que eu tava meio travada e segurando demais e a cabeça dela ficou um tempo presa.Então nem questionei qdo me mandaram fazer força...eu sentia dentro de mim que era o melhor a fazer naquele momento.Em alguns vídeos de parto que assistimos o bebê sai fácil, fácil, né? Mas meu corpo agiu diferente e eu acho que muito foi psicológico junto com fisiológico.

*Comer durante o TP:

Eu sou como vc, Tay, se não comer fico fraca , fraca...e pedi que minha mãe comprasse um monte de coisas....mas não consegui comer NADA.Só consegui beber alguns copos de água de côco que iam me empurrando durante o TP.Mas o corpo da gente é perfeito...mesmo sem comer nada deu tudo certo no final!

* E o principal que eu acabei não colocando no relato anterior: meu parto foi marcado por uma grande vivência espiritual.Não que eu tenha transcendido, mudado de dimensão, ficado em transe....nada disso.Mas a presença da minha mãe rezando o tempo todo, ela e minhas irmãs cantando músicas (de Yemanjá) para a Janaína, os mantras,e toda a fé que emanava de todos que participaram foi muito importante para o andamento do parto.


E respondendo a sua pergunta:

Se eu pudesse teria uma penca de filhos...rsrsrsr...mas acho que por enquanto só mais um ou dois (além da Janaína).Se vc tivesse feito essa pergunta uns 10 dias depois do parto eu não sei se ia querer ter mais filhos, pq a vivência do parto e das dores é algo muito forte e marca a gente.Mas hj eu já estou com saudades de tudo....é uma experiência maravilhosa e dá saudade até das contrações.Dói? dói sim e tem hora que dói muuuuuuito...eu estaria mentindo se dissesse que não, mas é uma dor que vem em ondas...e qdo passa nem parece que vc está em trabalho de parto.Por isso a gente suporta: ela vem e passa, e cada uma que passa fica mais próximo o momento de receber seu bebê nos braços.ai que saudades...rsrsr

E mais uma coisa...qdo a bebê veio para mim foi uma alegria e um amor , e um cansaço e medo....Tay, são muitos sentimentos misturados.E tb por causa dos relatos que tinha lido fiquei esperando sentir um amor incondicional o tempo todo e não foi assim.A nossa relação foi se construindo aos pouquinhos, pois é muito cansaço e o bebê demanda TUDO da gente: tempo, energia, sono, peito, peito, peito,presença...e nesse turbilhão nós duas fomos construindo nossa relação, que está sendo aperfeiçoada a cada dia.Eu não virei A MÃE qdo ela nasceu (embora eu achasse que fosse ser assim), estou me tornando mãe a cada dia, aprendendo com ela em todos os momentos, e tentando não me cobrar muito.

Nossa...acho que falei demais por hj...
bjos

terça-feira, 27 de abril de 2010

Relato de parto (carta a Tay )






Sempre tenho adiado passar a limpo meu relato de parto que escrevi só no papel para não esquecer.Mas é bom poder digitalizá-lo para que outras pessoas possam lê-lo.E principalmente pq uma amiga (vc , Tay!) me pediu detalhes de tudo que aconteceu e eu tomei vergonha na cara de escrever esse relato no blog.
Então aí vou escrevê-lo...entre chorinhos e mamadas da minha princesa:

Relato do parto da Janaína:

Comecei a sentir as dores das contrações por volta de 1h da manhã do dia 29 de janeiro.Talvez elas tenham começado antes, pq eu estava sonhando com contrações (em outra mulher) e acordei por causa da dor.
Comecei a marcar 01:41 e elas começaram a ficar mais longas, doloridas e ritmadas a medida que o tempo passava.Eu andava, agachava e minha irmã – que estava dormindo comigo pq meu marido estava viajando- fazia massagens durante as contrações .
Liguei para o Dr. Luiz por volta das 05:30e ele pediu que eu fosse ao consultório 7h.Qdo cheguei ele fez o toque e auscultou...estava tudo ok: BCF 136, PA 11x8 dilatação de 4cm, colo 70% apagado.Voltamos para casa e ele disse que as 9h iria para minha casa encher a banheira.
No caminho liguei pra Alessandra (doula) e Thallita (amiga que iria assistir e tirar as fotos).
Chegando em casa ainda deu tempo de levar a Rosinha pra tomar banho.Liguei pro meu marido, que estava no RJ, e ele disse que talvez desse tempo de chegar,pois a gravação terminaria mais cedo.Fiquei cheia de esperanças, mas sabia da possibilidade dele não chegar.
Lá pelas 09h-10h já estavam todos lá em casa.O dr. Luiz auscultou novamente os BCF e estava tudo bem.
A presença da Alessandra como Doula foi importantíssima, pois ela me passou muita segurança e ajuda com as dores e sentimentos durante o TP e tb passou essa confiança para todas que estavam comigo (minha mãe, irmãs e Tha).Assim todas me ajudaram muito durante as contrações.Outra coisa importante foram as músicas que foram tocadas.Eram mantras que me ajudaram a entrar mais em contato comigo e minha filha.
As contrações estavam cada vez mais próximas umas das outras e mais doloridas. E o pior era um sono terrível que me deu por ter acordado muito cedo.Eu consegui dormir entre algumas contrações mais espaçadas, me ajudou bastante a recuperar minhas forças.Não conseguia comer nada e o pouco que comi eu vomitei.Foi ótimo ter vomitado pq limpou alguma coisa dentro de mim...pois eu me senti bem melhor.
Teve um momento em que chorei bastante...era um monte de sentimentos misturados dentro de mim....o fato do Bororó estar longe e não estar participando, muita ansiedade e até um certo medo do parto que se aproximava.Tb foi bom ter chorado, pois me aliviou de um peso que me consumia.
O mais interessante do trabalho de parto é que a gente perde a noção das horas.O TP engrenou lá pelas 9-10h e depois disso fiquei sem noção do tempo.Só sei que entrei na banheira 14:22 pq o relato do Dr. Luiz ficou aqui em casa.Assim que entrei na água o tempo voava e parecia que não passava nunca.
As dores já eram bem fortes, mesmo dentro da água.A presença de todas que participaram era muito importante para mim: cada mão que eu segurava ou que me massageava me dava mais força e energia para continuar.
Teve até um momento que a água ia me dando um leve mal estar, mas eu não conseguia (ou não queria) sair.Mas só de imaginar passar aquelas dores no seco me desanimava.
Uma coisa interessante é que na hora de fazer força eu estava segurando as mãos da Nayara e da Alessandra e parece que eu só conseguia continuar por estar segurando as mãos de alguém pois eu olhava na banheira e tinha um apoio para as mãos ... e pensei naquele momento que se tivesse só aquilo para me apoiar eu não conseguiria.Antes eu achava que no TP a gente ficasse forte como um animal, pronta pra tudo , mas eu percebi que veio a tona uma Uyara muito frágil que alternava com uma bem forte...e que eu tinha que acolher esse meu lado mais frágil que precisava de mãos amigas para me apoiar.
Durantte todos os exames que o dr. Luiz ia fazendo eu me sentia bem tranqüila, embora fossem dolorosos por serem feitos durante as contrações.Aliás , este é um ponto que me marcou muito no meu parto: eu fiz meu plano de parto coloquei que queria o mínimo de intervenções como exames de toque, romper a bolsa e não dar ordens de fazer força no expulsivo.Mas tudo ia ocorrendo de forma tão tranqüila, respeitosa e o Dr Luiz demonstrou muito carinho e delicadeza , o que me deu muita confiança em permitir que ele fosse fazendo o necessário.Em nenhum momento eu senti que ele fazia meu parto, o parto era todo meu....mas ele ia me ajudando e conduzindo por caminhos que eu não conhecia e ele sim.Por exemplo, no expulsivo eu não sentia a vontade de empurrar que todas falam,eu só sentia que parecia que minha musculatura estava bem rígida, não parecia que ia passar um bebê dali de dentro.E todos em volta da banheira iam torcendo a cada contração: VAI UYARA! TÁ NASCENDO! TÁ COROANDO!TÁ SAIDO! FORÇA! VC CONSEGUE!
Mas eu já tava é com medo de não conseguir (em todos relatos de tp que li qdo a mulher sente que já não consegue mais é pq já tá quase na hora de sair ).
Eu me sentia no final das minhas forças, mas continuava empurrando.Qdo senti a cabeça da Janaína coroando eu fiz força até fora da contração e ela saiu—17h20m.Na verdade eu queria que saísse logo, não agüentava mais...e eu me lembro de pedir pro dr Luiz: Tira ela! E ele ajudou com os dedos....acho que essa minha ansiedade é que me trouxe as lacerações (mas ainda assim mil vezes melhor que episiotomia).
O mais estranho é que eu parecia fora de mim qdo ela saiu....eu estava meio passada.Me sentia bem fraca (pressão baixa e sem comer) e bem forte ao mesmo tempo.A Janaína nem chorou, e veio pra mim toda encolhidinha, meio roxinha, cabeluda e linda.Logo a pediatra pediu que eu a passasse para ela pois a água já estava fria e ela estava meio roxa...nem questionei, pois estava tão fraca...e fui para o meu quarto, onde a Janaína já estava.
A placenta saiu na minha cama, tive uma pequena hemorragia e odr Luiz deu um anti hemorrágico para minha irmã aplicar (ela é enfermeira).Parou na hora.
A Janaína não quis mamar e ficou dormindo no meu colo...
Meu marido chegou 1h depois do parto...
Foi tudo muito louco, muito mágico e depois que passa fica surreal...
Foi “divino, maravilhoso”!

Fim....


O que aprendi no parto e pós parto para não “errar” novamente:
• Menos ansiedade no expulsivo e fazer um trabalho com o períneo (massagem com óleo) durante a gestação.Para evitar laceração.
• IMPORTANTÍSSIMO:observar a pega correta já na primeira mamada...eu achei que estava boa a pega e me lasquei com os dois mamilos fissurados já no primeiro dia.É incrível como um bebê com a pega incorreta pode machucar nosso peito.Eu quase chorava na hora de amamentar.No terceiro dia fui ao banco de leite pegar instruções ao vivo (pq só de livro não deu certo) ...e fui melhorar só com uns 7- 10 dias.
• E sempre colocar para arrotar já nas primeiras horas- A Janaína engasgou com colostro no segundo dia e fomos parar no hospital.